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    Pepetela justifica o título do romance “Sua Excelência de Corpo Presente”

    Pepetela justificou, terça-feira, em Luanda, o título do romance “Sua Excelência de Corpo Presente” porque as pessoas abusavam em chamar as entidades por “Sua Excelência”, à semelhança de chamar “camarada” a todos, depois da independência, de forma muito exagerada.



    De acordo com o escritor, há pouco tempo, tudo era “sua excelência, fulano” e “sua excelência professor”, o que resulta da falta de conhecimento por parte de algumas pessoas que não sabem co-mo se dirigir a determinadas entidades. 
    Antes do multipartidarismo, o termo “camarada” resolvia o problema, disse Pepetela, tendo referido que a história do novo romance se desenrola, num tempo recente, num local indeterminado de uma qualquer nação africana e não é conhecido o nome do protagonista, apenas se sabe que foi Presidente de um país africano e que teve morte súbita, atingido por uma “maldita do-ença que apanhou a todos desprevenidos.” 
    À venda, há dois dias, o romance “Sua Excelência de Corpo Presente” foi lançado no auditório Pepetela, do Camões - Centro Cultural Português, cuja apresentação coube ao próprio autor da obra, uma das inovações em cerimónias de lançamento de livro.
    A história começa no primeiro parágrafo, com a de-claração do narrador: “Estou morto.” O romance descreve que, ao relembrar a sua vida, o percurso que o levou a Presidente e os muitos anos como Chefe de Estado, revelava os meandros do poder político, o nepotismo que o corrói e vários abusos permitidos a quem o detém.
    Como percebe tudo o que se passa à sua volta e é muito difícil a um ditador deixar de o ser, “Sua Excelência” não só vai tecendo considerações sobre os presentes e os interesses políticos, como tenta adivinhar os pensamentos e maquinações. 
    A obra, que sai sob a chancela da Leya e da Texto Edito-res, está a venda ao preço de 4 mil kwanzas, sendo o vigésimo segundo livro de Pepetela e o décimo segundo no género romance. 
    Mesmo morto, Sua Excelência, não deixará a sua sucessão em mãos alheias e tenta imiscuir-se por meio do seu espião-de-um-olho-só, que lhe é tão fiel na morte como foi durante a vida. Trata-se de uma crítica ao abuso de poder e aos sistemas totalitários, disfarçados de democracia, escrita com um sentido de humor inteligente. O autor disse que, embora tenha sido inspirada nos sistemas políticos africanos, “qualquer se-melhança com a realidade é pura coincidência.”
    Pepetela nasceu em Benguela, em 1941. Licenciou-se em Sociologia, em Argel, du-rante o exílio. Publicou o primeiro romance, “Muana Pô”, em 1978, seguido de “May-ombe”, em 1980. Autor do clássico “Aventuras de Ngunga”, há dois anos lançou, em Luan-da, o romance “Se o Passado Não Tivesse Asas”.

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